08 abril 2009

# Mais braço, menos braço - 4 #

Ainda ouço a voz de Val, o gatilho de Arika, os contornos da lâmina de Francis. Todos tiveram tempo para pensar. Não para agir. As luzes verdes indicam o fim da linha e, a partir de agora, só há luzes verdes. Criogenia. Fim da linha. Tudo o que pensei poder aprender sobre eles desapareceu como o gelo quando nasce o sol. Mas ainda tento sonhar com eles. Ontem apareceram todos. Na primeira cena, ela usava sapatos cor de carne mal passada e olhava de canto para mim só porque eu trazia os jeans gastos. Disse-me duas palavras ao ouvido. Mas não me lembro de nenhuma. E não me saem da cabeça. Ele tinha uma faca stanley, amarela, linda, e rasgou o braço cinco vezes. Acordei outra vez do avesso, a repetir para dentro “calma, calma, não foste tu”. As minhas memórias brincam comigo como uma criança enojada que arrasta a comida pelo prato.





5 comentários:

Marta disse...

mega mega mega :)

Luísa Pinto disse...

Produções inspiradas. Vocês estão em grande.

Joana disse...

Pobres bonecos hehehe. Fantástico :)

amigo invisivel disse...

bebe agua

miguel disse...

Resultou muito, muito bem a ideia...